sexta-feira, 22 de junho de 2012

ANIMAIS E BICHOS



Não sou um severo defensor dos animais, muito embora acredite sermos todos responsáveis por aqueles indefesos seres pastando sem ofender a qualquer um. Sim, não sou ecologista, nem mesmo vegetariano. Quase toda sexta-feira desfruto de um delicioso churrasco temperado no sal grosso e feito com carne fresca. Então por que entrei no mérito de escrever esta crônica modesta, onde defendo os animais da violência gratuita que permeia as diversões dos homens. Ora, eu digo em instantes, mas primeiro quero devanear sobre a estupidez humana, tão em evidência nesses dias modernos. Assim falo porque tenho escutado sobre pesquisas estapafúrdias em que alguns animais não sentem dor. Ora, de que dor falam? A dor do amor, talvez, e assim não me fazem acreditar em tamanha asneira. A verdade é que os cavalos não amam?    O sexo deles, soltos nos descampados campos verdes, parecem ter mais sentido que o nosso nos atribulados bailes funks. Mas não é de amor que pretendo falar, muito embora esta substância andrógena inexplicável tenha uma severa relação com a dor.
É sobre a dor dos animais esta dissertação. As desculpas mais comuns nos levam a crer que os peixes não sentem dor. Uma imensidão de notícias torna a pesca atividade saudável e familiar. Mas experimente puxar um peixe de dentro do seu ambiente com um mortífero anzol e vê-lo debater-se até a exaustão. Verá, meu amigo, que até os animais desistem da vida. Chega um momento em que para de se debater, muito cansado, e se entrega ao seu destino sendo sufocado pela poluição humana. Eu não posso acreditar que os peixes pensam. Então por que lutam contra o anzol, se não sentem dor? Será que buscam desesperados a liberdade porque leram a carta política francesa? Ou ainda, será que mordem a isca porque invejam a estupidez dos pinces que infestam os corpos dos homens? Não, nenhuma destas idéias corrobora com a lógica natural. Os peixes sentem dor e muitas vezes, buscando escapar daqueles inconvenientes arames em suas bocas debatem-se até a morte.
Não pense nestes seres como apenas reserva natural posta à disposição do nosso prazer e gozo. Não quero saber se as baleias choram ou se os macacos aprendem lógica. Isso, de fato, não se assevera importante. Mas preciso fazer uma análise quanto ao fato de amarrando um cavalo pelo pescoço com uma corda poder trazê-lo facilmente. Então por que não é tão fácil com os peixes, se eles não sentem dor?
Dúvida profunda desdenha da minha alma pouco humana quando penso no contrário. Um homem poderia estar passando próximo a um rio e um enorme anzol emergiria ansioso lhe fisgando pela boca. Arrastaria este débil mental para as profundezas e o deixaria se debater até a morte por asfixia.

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